25 de fev. de 2010

O OBSERVADOR - ENSINANDO E APRENDENDO

Disciplina: Dança









Introdução


Cientes de toda complexidade (JOÃO & BRITTO, 2004 apud MORIN,1997) que nossa corporeidade envolve, observando o mundo, raciocinando e acrescentando o termo pluralidade a esse pensamento, descobre-se que o planeta é de fato contextualizado por diversas pluralidades, sejam elas, de religião, etnia ou qualquer tipo de gostos pessoais, e não poderia ser diferente quando se fala em educação e escola. No Brasil em sua ampla maioria há escolas com professores às vezes sem autonomia, dando aulas não direcionadas à especificidade de aprendizado, ou até mesmo, facilidades ou especialidades que cada aluno possa ter; José Pacheco (Educador português/ Escola da Ponte) cita que: “Cada ser humano é único e irrepetível, ipso facto, o trajeto de desenvolvimento de cada aluno é também único e irrepetível”. Para ajudar a quebrar um paradigma de aulas lecionadas e direcionadas somente para habilidades lingüísticas e lógica matemática Howard Gardner (1985), criou A Teoria das Inteligências Múltiplas; segundo ele, “todos os indivíduos normais são capazes de uma atuação em pelo menos sete diferentes e, até certo ponto, independentes áreas intelectuais”.



Metodologia


Saber ensinar


Uma das formas de ensinar a é saber como será o método pedagógico, para isso é necessário conhecer as diferentes possibilidades, entre elas o método de demonstração que segundo MAGILL (2000) é a forma de comunicação mais comum, mas para ocorrer de forma clara o professor tem que desempenhar a atividade corretamente, para que o aprendiz tenha idéia desse novo movimento.

Cada pessoa processa de um jeito diferente a informação através da comunicação de demonstração, para isso é necessária saber se realmente ela está compreendendo o objetivo da atividade. Isso pode ser obtido através de um pequeno teste, pedir ao aprendiz que descreva o que foi passado; para saber o grau de assimilação, porém nem sempre será exatamente da mesma forma, mas tem que estar coerente com o que foi proposto, pois tem diferença de olhar e ver.

Diferenças entre olhar vê são:

Olhar – Somente percebe a demonstração e não aprender.
Ver – Repara os detalhes e aprende.

Cada pessoa tem uma determinada facilidade para aprender, mas o fato de demonstrar não quer dizer que seja padrão, pois podemos fazer de diversas formas com o auxilio dos sentidos:

Audição

Demonstrar a atividade e falar descrevendo o movimento ao mesmo tempo.

Ao falar você chama a atenção do aprendiz para observar o movimento de forma mais objetiva, que neste caso pode ser o corpo como um todo ou um determinado seguimento, porem tem que informar aos poucos, pois as pessoas têm limitações na capacidade da informação. Não adianta querer passar tudo de uma vez, pois assim a pessoa ira ter dificuldade para lembrar e desempenhar.

Visão

O processo de aprendizagem visual pode seguir duas teorias que são contraditórias, essas possibilidades são:

Teoria da mediação cognitiva: Observação do movimento para executá-lo, ou seja, trabalha com a memória, a pessoa vê e guarda a informação para quando for executá-la, lembrar através de símbolos e imagens que o mesmo criou. Esse processo é subdividido em alguns passos:

1. Processo de atenção: Observa o movimento prestando atenção nos detalhes.

2. Processo de retenção: Constrói símbolos para identificar a seqüência de uma forma representativa, depois tem o Processo de reprodução do movimento: Lembra dos símbolos e faz a tradução através dos movimentos.

3. Processo de motivação: Incentivo para execução do movimento.


Visão dinâmica do modelamento:
O visual capta automaticamente o que esta sendo observado. Conforma MAGILL (2000) afirma que “(...) acontece porque a informação visual pode fornecer diretamente a base para coordenação e o controle de varia partes do corpo necessárias para reproduzir a ação”.

JOÃO e BRITTO nos da um exemplo muito bom de observação: “(...) a intervenção prematura/determinista do professor pode limitar a amplitude da experiência, do mesmo modo que a intervenção atenta pode expandir novas possibilidades”.



Resultados


Richard A. Magill usa um método chamado “Conhecimentos de Resultados”, onde ocorre exatamente esta leitura do professor após o comando de um movimento que terá sido executado pelo aluno, para que ele saiba exatamente o momento de lhe passar o resultado certo, tanto como deve ser o movimento, como também o aluno que fez o movimento para venha poder também observar com mais atenção a maneira de executar o movimento. O Conhecimento de Resultados (CR) é um recurso que tem que estar presente, porém nem sempre tem que ser aplicado o resultado logo de inicio, às vezes temos que esperar com que o aluno execute por varias vezes o que lhe foi proposto para que possamos assim possamos lhe passar um resultado mais adequado.

Isso nos leva a entender que além de ensinar o professor tem que ser um bom observador, podendo com isso fazer uma leitura corporal do aluno aprendendo a cerca de suas limitações. Ou seja, a interatividade entre ensinar, aprender, observar e chegar a um resultado (dança) é algo que tem haver muita harmonia entre estes fatores, pois neste processo o professor que causa uma desordem, ou seja, ao mesmo tempo em que ensina ele aprende e observa, possibilita um melhor aprendizado. “(...) Gerar situações problema que favoreçam o processo auto-reflexivo que acontecem na aula e para além da aula é, segundo nossa visão, fundamental para uma boa pratica pedagógica que vislumbra um processo de transformação”.


Dinâmica


Objetivo

O objetivo do nosso trabalho é poder assimilar o aprendizado, a observação, o ensino e o resultado dentro de uma possível aula de percussão corporal “(...) A percussão corporal serve como ferramenta para exercitar atenção, concentração, coordenação motora, de si mesmo e do grupo.” Dentro desta aula causaremos situações problema onde o instrutor a observa para obter um possível aprendizado com seus alunos e vice-versa.

O método da dança “Peito, Estrala, Bate” que envolve três das sete Inteligências Múltiplas de Howard Gardner (Inteligências: Musical, Espacial e Cinestésica), trabalha-se com os alunos um tipo de dinâmica muito abrangente, onde todo se sendo um bom observador pode ensinar, aprender e consequentemente interagir com outras pessoas, e dentro dessas interações com certeza uma dança fluirá. Uma experiência foi feita adaptando a dança mencionada “Peito, estrala, bate”, a um ritmo de Hip-Hop com a música do cantor americano Usher - Yeah! Fazendo-se esta adaptação nos aproximamos de uma das definições de Surrealismo; FORTINI (1980), O Movimento Surrealista, 2ª edição; “Uma paixão negativa, de destruição e de recusa de quanto entrave a integral apropriação pelo homem do seu próprio mundo e do mundo que o circunda...”.



Pratica

Peito, estrala, bate

Essa dinâmica serve como uma forma de aprendizagem, tanto pra quem esta ensinando, quanto para quem esta efetuando a ação e também para quem esta observando tudo.

E nessa vivência o grupo, conclui que:

Ensinar – Você começa a ensinar de uma maneira, imaginamos que o professor ensine por partes: primeiro só o inicio da musica, repetindo varias vezes até que o aluno consiga aprender, depois que já consiga fazer tudo sozinho, o docente vai aumentando o grau de dificuldade, passando para segunda fase, só que nem todos os alunos vão conseguir aprender assim, pois como vimos no texto acima cada aluno aprende de uma forma especifica então o professor terá que mudar o seu ensinar, ou seja, assim você aprende com a necessidade dele.

Aprender – Muitos pensam que só os alunos aprendem, mais o grupo conclui que a escola em si aprende junto, tanto os professores, quanto os alunos, diretores.
Nessa dinâmica vimos que tanto os alunos, quanto os professores aprende. Seguindo o caso anterior, o professor passa a ser aprendiz quando o aluno demonstra a forma mais fácil de aprender, ou como no exemplo usado em sala de aula, o aluno passa a ensinar os seguintes passos sem a ajuda do professor. Assim o discente vira docente e vice-versa.
• Observador – No exemplo feito em sala de aula, o grupo concluiu que os observadores são todos os que estão presentes na sala, pois quando ensinamos ou aprendemos nós temos que passar pela fase de observar.
Observamos que ao tentarmos ensinar temos que ter a percepção se os alunos estão conseguindo aprender a proposta, e assim também temos que ter a mesma atenção quando estamos aprendendo os movimentos para a sim serem executados.



Conclusão

Todos imbricados num processo de aproximação de todos os aspectos que envolvem o mundo animal: Complexidade, Pluralidade, Inteligências Múltiplas e Surrealismo; todos aplicados na dança, quebrando paradigmas (só o professor pode ensinar) e respeitando diferentes formas e ritmos de aprendizado.






Nenhum comentário:

Postar um comentário